sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

2010

Inglaterra: ônibus de dois andares, nuvem, David Beckham, nuvem, metrô, nuvem, ingleses (poucos), nuvem, Big Ben, nuvem, chineses e indianos (muitos), nuvem, castelos, nuvem, Beatles, nuvem, família Real, nuvem, carros “Mini”, nuvem, Winston Churcill, nuvem, marinha, nuvem, Mr. Bean, nuvem, museu de cera, nuvem, Harry Potter, e... nuvem! Quanta nuvem! E todas carregadas; carregadíssimas. Os opostos se atraem e as nuvens também. Onde há fumaça há fogo, e onde há nuvem há mais nuvem! E Chuva. E neve. E gelo.

A Inglaterra, no inverno, é extremamente fria. Temperatura média de -3 graus centígrados em Londres. Mas o que impressiona mesmo é a frieza dos ingleses. Eles detestam gente, e são tão frios que são capazes de reverter o aquecimento global. Se você estiver andando devagar na calçada, o inglês te atropela. Se estiver andando rápido, não pare. Os ingleses detestam mudar de rumo.

Se estiver perdido, permaneça assim. É melhor.

Se quiser tomar uma bronca inesquecível, contrarie um inglês, principalmente um guia turístico ou algo próximo a isso. Você nem precisará falar inglês para entender o recado. Tim-tim por tim-tim.

Cliente por aqui é criminoso, e as punições são severas. Se pedir informação e for réu primário, recebe uma cara feia; se for reincidente a punição é muito pior! Uma resposta, mas não uma qualquer. Uma resposta tão mal-humorada que te faz pedir desculpas por querer gastar seu dinheiro naquele lugar.

O inglês é tão avesso ao trabalho com o público que em todo lugar você pode notar máquinas fazendo o “corpo-a-corpo” com o cliente. Na Inglaterra você lida com mais máquinas que o mocinho de “Transformers”. Desde que tenha um bom cartão de crédito ou débito. Aliás, depois da certidão de nascimento, o próximo documento do inglês é o cartão.

Se está com fome, pode comprar uma batata-chips na máquina. Escolha o sabor e passe o cartão. Se está com sede pode comprar um refri-cola. Escolha o sabor e passe o cartão.

Para carregar o seu “oyster” (cartão para uso no transporte público londrino, semelhante ao bilhete-único paulistano), adivinhe: Passe o cartão e...passe o cartão.

Vai ao shopping? Então você tera de apertar botões para liberar a entrada do carro no estacionamento, pagar o estacionamento numa “máquina-de-pagar-estacionamento” (insira seu cartão) e finalmente liberar a saída do carro. Ufa! Seria tão simples se tivéssemos um robô R2D2 ao nosso lado...

Aqui existem lojas maravilhosas onde você entra, procura pelo catálogo, procura no catálogo, digita o código do produto numa maquininha e bingo! Sua compra está finalizada, basta passar o cartão e pegar a muamba. Nada de vendedor, nada de papo, nada normal.

Se precisar ir ao mercado, prepare-se! O mercado é o mais perigoso! Aqui fica a base das máquinas, e a máquina-”rainha”! O “self check-out”! Numa tradução livre, significa cheque-se você mesmo sua saída e se vire com o pagamento de suas próprias compras, seu cliente desocupado, miserável e $@#$%@$#@%@%!!!! O “self check-out é um complexo maquinário que substitue o caixa do mercado.

No self check-out é você mesmo quem dá bom-dia (tarde ou noite), oferece a si mesmo recarga de celular, pergunta a si mesmo se deseja CPF na nota, passa os produtos, pergunta se tem cartão-desconto, pergunta “algo mais, senhor”, paga (com o cartão de crédito) e grita para si próprio “ senhor, você esqueceu a sacola”! E não recebe nada por isto.

Aqui as máquinas fazem de tudo. Se deseja um café espresso, a máquina faz. Se quiser comprar um livro procure a máquina mais próxima. Se quiser sexo, escolha a cor do cabelo, a cor dos olhos, a música, o local, a data especial e...passe o cartão! A Inglaterra e suas máquinas montam um cenário futurístico tão bizarro que deixaria George Orwell e Aldous Huxley de cabelo em pé. Mas provalvemente uma máquina resolveria isso para eles.

Robson Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário