segunda-feira, 15 de março de 2010

A Praia II – A missão!

- ...e você lembra quando a gente foi pra Trindade?
- Mas é claro! Como poderia esquecer? Esse seu peruzinho já colocou a gente em cada fria...
- Ah vai. A culpa não foi dele. Foi daquela garota linda com mais ou menos 1,67 de altura, talvez uns 55 quilos, negra, cabelos e olhos castanhos, com “tudo em cima”. Quase uma “globeleza”…
- Sei. Difícil foi explicar isso pro namorado dela né? Aquele armário gigantesco!
- Nem fala! Num instante eu tava recebendo um beijo e no outro um soco – a boca não entendeu nada!
- Mas eu sim. O que você tem na cabeça? Na debaixo, pra ser exato, pois na de cima eu sei que não tem nada! Armar a barraca embaixo da garota que tava te salvando a vida!
- E você escolhe essas coisas, por acaso?
- Escolher não, mas controlo!
- Você é um monge, isso não conta...
- Monge? Só se for chinês, ou você esqueceu do “Kung-fu” que eu dei no “Tropeço” pra ele te largar?
- “Kung-fu”? Hahaha! Você se pendurou no pescoço dele e lhe deu uma mordida no ombro, parecia uma moça brigando!
- Moça é? Então agradeça a mocinha aqui por você ainda ter todos os dentes na boca.
- Hahaha, você quem quase perdeu os dentes quando fez aquela aterrissagem forçada de cara na areia!
- Verdade! O cara parecia o Hulk, como ele conseguiu me jogar tão longe?
- Não sei, só sei que ele veio pra cima de mim cuspindo fogo, parecendo a mula-se-cabeça, e nada do meu piu-piu se recolher! Acho que isso o deixava cada vez mais brabo!
- Gente, que visão horrível: você, que de tão branco parecia transparente, correndo com a espada em riste e o “gigante Grope” correndo atrás de você, com os PUNHOS em riste! E tudo isso naquele paraíso tropical!
- Caramba, eu nunca tive tanto medo! Parecia que eu estava num daqueles pesadelos em que a gente grita, grita, grita, mas não sai som nenhum...
- Ah, mas saía som sim! A praia toda parou pra assistir, todos curvados de tanto dar risada!
- É, e nenhuma alma pra me acudir!
- Opa, deixa de ser ingrato! Te salvei, e fiz um senhor sacrifício, diga-se de passagem!
- Não posso negar, mas fazia questão de não lembrar disso...
- Ugh, eu também! Que coisa degradante! Não que eu tenha algo contra a quem faz, mas eu espero nunca mais fazer aquilo! Coitado do “Pitbull”, ficou com a cara no chão!
- Ficou mesmo! O que a gente não conseguiu com porrada você conseguiu com...
- Nem mais uma palavra!
- Puxa, mas aquilo foi tiro-e-queda! Mais queda do que tiro, se é que me entende!
- Vocês estão falando de Trindade de Novo?
- Oi Carol!
- Como vai Anderson? E você amor?
- Melhor agora meu bem! Estava lembrando de quando nos conhecemos...
- Sei! Vocês estavam lembrando é daquele beijo cinematográfico! Beijo de novela! Hahaha!
- Pode rir, mas devia me agradecer! Só mesmo dando uma de gay praquele brutamontes deixar o Joca com vida...

Robson Ribeiro

3 comentários:

  1. Muito bom! Estou rindo sozinha aqui!
    Adorei a continuação do conto! No final de tudo deu certo e 'você' se deu bem! Fez bonito na fita!
    Parabéns!

    Abraços
    Patricia

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  2. Q bom q gostou. rs
    Eu senti q vc talvez quisesse algo mais romântico entre a "garota linda com mais ou menos 1,67 de altura, talvez uns 55 quilos, negra, cabelos e olhos castanhos, com “tudo em cima”. Quase uma “globeleza”…"(Carol) e o rapaz "barraqueiro"(Joca) na continuação da história. Mas, por ser uma história cômica, achei q a continuação deveria seguir a mesma linha. Pra não decepcionar totalmente, coloquei o romance no final, de forma subjetiva.

    Obrigado pelas leituras e comentários!

    Robson

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  3. Imagina... você não decepcionou não. Quando eu li o primeiro me diverti muito. Achei super criativo e o melhor que você deixou um ótimo 'gancho' para uma continuação e eu estava mesmo curiosa. E nesse segundo você manteve essa linha de humor sutil tão legal. A sequencia foi ótima.
    E surpreendeu no final. Quando estava lendo não pensei no romance entre Carol e Joca. Essa surpresa final é que diferem os contos.
    Gostei de verdade!
    Sou somente uma leitora mas posso dizer que você é bom!
    Em todos os textos que escreve.

    Patricia

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