segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cadê Eu?

Minha boca amarga o teu silêncio.

O teu silêncio silencia nossa relação.

Uma relação em que o teu é o meu silêncio,

como todo o resto, pois dividimos o coração.


A menos que não seja mais assim,

a menos que tenha separado-se enfim.

Se for este o caso, um novo universo se criou,

pois separação assim apenas o Big Bang presenciou.


Entre modos, não acredito nesta possibilidade.

Nada poderá mudar a minha convicção sobre nós.

Nem mesmo a sua desmedida incredulidade, ou vontade.


Já falei sobre isso, já escrevi sobre todos os nossos nós.

Somos uma só existência, um único ser, uma só entidade.

Em nossa língua não existe eu, tu, ele, ela, eles ou vós.

2 comentários:

  1. Olá Robson,
    Na sua linguagem existe o 'Nós'e faça de nós o seu guia.
    Transforme em versos belos e intensos como este os seus sentimentos. Quebre o silencio - ainda que ele seja compreendido - e solte a sua voz.
    E sabe onde está você? Dentro de você mesmo. Não tema se encontrar...
    Faça um 'Bing Bang' de recomeço.
    Belo poema. Sensível em cada linha.
    Gostei muito.

    Beijos
    Patricia

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  2. olá Patrícia!

    não sou muito fã de desabafos, pois eles têm sempre uma pitada de irracionalidade q pode por toda e qualquer relação por água abaixo.

    mas às vezes a voz simplesmente escapa, como um copo q transborda qndo cheio em excesso - talvez distraidamente, talvez não.

    obrigado por mais um comentário!

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